sexta-feira, setembro 30, 2011

R.E.M. TRAJETÓRIA DISCOGRÁFICA

CHRONIC TOWN (1982)

Apesar do formato subestimado, este EP de estréia causou tanto alvoroço na crítica americana e inglesa que hoje tem status de álbum, e que álbum! Cinco músicas que se tornaram hits clássicos como Wolves, Lower e Carnival Of Sorts (Boxcars).




MURMUR (1983)

Enfim em formato de álbum, a estréia não poderia ser melhor. Murmur ganhou destaque na crítica mundial e até hoje figura nas listas entre os melhores álbuns de rock da história. Considerado por muitos o pontapé inicial da ascenção do College Rock e, mais tarde, o Alternative Rock.




RECKONING (1984)

Reckoning enfrentou os mesmos problemas que todo artista sofre ao lançar o sucessor de um grande trabalho. Apesar de subestimado, Reckoning esconde grandes músicas como Southern Central Rain, que se tornou hit da banda. Aqui Peter Buck ganha status de Guitar Hero desenvolvendo os dedilhados que caracterizariam o R.E.M., ao lado do eficiente Mike Mills que também funciona como segundo vocalista.


FABLES OF THE RECONSTRUCTION(1985)

Após problemas envolvendo intrigas entre os membros, o terceiro álbum é lançado em meio a rumores de uma separação. Apesar dos problemas, o disco tem boa recepção. As melodias são o destaque aqui, bem como as letras sempre enigmáticas que agora também carregam temas místicos, e pessoais de Michael Stipe. Cada vez mais os dedilhados de Peter Buckdão lugar a novas propostas de arranjo.



LIFE’S RICH PAGEANT (1986)

Mais “sujo” que o normal, o som - também mais vibrante - traz as primeiras preocupações políticas, como Fall On Me, Cuyahoga e Swan Swan H.





DOCUMENT (1987)

Um dos meus prediletos . O R.E.M. invade as rádios. The One I Love e It’s The End Of The World... dão o tom nas lojas. O experimentalismo traz saxofones, covers, e a cada vez mais frequente consciência política em Enxumming McCarthy e Welcome To The Occupation.




GREEN (1988)

O nome desse disco já reflete a preocupação ambiental, tema geral do álbum, o primeiro pela grande Warner Records e também a primeira turnê mundial. Apesar dos incentivos, Green não trouxe um apelo comercial maior, pelo contrário. Orange Crush e Stand se tornam grandes sucessos radiofônicos.




OUT OF TIME (1991)

A continuação da proposta mais “pop” lançada em Green se mostrou tão acertada quanto natural. Losing My Religion se torna definitivamente o maior êxito comercial da banda, e clássico maior, seguido de Shiny Happy People. O sucesso do álbum eleva o conceito geral de grande banda do gênero.




AUTOMATIC FOR THE PEOPLE (1992)

Ao quebrar as expectativas de um possível sucessor de Out Of Time, o R.E.M. lançou em 1992 uma de suas maiores obras primas. Automatic For The People traz um clima mais sombrio, mas também belíssimo. O balanço dá lugar a camas de cordas, violões e acordeoms.





MONSTER (1994)

De volta ao vibração rock n’ roll, mas um pouco diferente desta vez. As influências Glam e a atualização no formato musical. Peter Buck viaja nos efeitos dessa vez, e com primor.






NEW ADVENTURES IN HI FI(1996)

Gravado em sessões durante a última turnê, soa meio que uma continuação de Monster.






UP (1998)

Agora sem seu baterista original, Bill Berry, um novo R.E.M. aparece. O peso é ausente, dando ligar a bases mais eletrônicas, mas bem dosadas.






REVEAL (2001)

Mais urgente do que Up e também mais acessível As influências vão de Depeche Mode a New Order. A boa mão para clássicos pop voltam com All The Way To Reno e Imitation Of Life.






AROUND THE SUN (2004)

Primeiro grande erro do R.E.M. Claramente desinspirado e perdido. Alguns acertos como Electron Blue não conseguem salvar Around The Sun.






ACCELARETE (2008)

Os plugs ligados novamente, e em alto volume. Urgente, rápido e limpo. O R.E.M. de volta a boa forma.






COLLAPSE INTO NOW (2011)

Ao ouvir hoje, bem que soa como mesmo como um adeus. Todos os elementos que caratarizaram a trajetória da banda se encontram em Collapse.

segunda-feira, setembro 26, 2011

DIETA DE SETEMBRO

O FIM DO R.E.M.

Com muita tristeza, lembro aqui que uma das melhores e mais influentes bandas dos últimos 30 anos anunciou este mês o fim de suas atividades após 31 anos de carreira.
O R.E.M. surgiu em 1983 de Athens com um EP que abalou a crítica musical (Chronic Town de 1983), e lançou 15 albuns, entre eles algumas verdadeiras obras primas. Também foi uma das bandas responsáveis pela ascenção do College Rock e Alternative
Rock, o que lhe rendeu uma vasta influência em bandas de vários gêneros.
Caso raro de banda com necessidade constante de se reinventar a cada album, o que fez a banda se manter regular durante essas três décadas.
Encantou a crítica durante todos os anos 80, quando inovou em lançar durante muitos anos seus trabalhos de forma independente, mantendo assim o controle total de criação.
Lançou o primeiro disco pela grande Waner em 1988 com Green, e ganhou o mundo três anos depois com o sucesso de Out Of Time.
O R.E.M. deixa um legado de grandes clássicos, fãs ilustres como Kurt Cobain e Thom Yorke, além de um nome intocável, pra sempre marcado no Rock mu
ndial.


ASTEROIDS GALAXY TOUR

Entre vaias pra uma Cladia Café com Leite perdida no tempo e espaço, um showzaço do Metallica e uma Rihanna que botou todo mundo pra esperar até quase de manhã, no Rock In Rio 2011 pouco se falou nesta banda dinamarquesa que anda fazendo todo mundo dançar mundo afora. Donos de um indie pop vibrantemente vicioso e com uma vocalista que é só estilo, é difícil ficar parado. Os caras arrebentam com músicas como The Sun Ain't Shining No More e The Golden Age.



RED HOT CHILLI PEPPERS – I’M WITH YOU

Pela segunda vez os Peppers enfrentaram a difícil tarefa de lançar outro álbum sem a preença de John Frusciante, e ele faz mesmo muita falta. O disco é repleto de ótimos grooves, e este é exatamente o problema de I’m With You: o Flea é gênio, mas é só um.
Sem Frusciante, os Peppers não conseguem sequer repetir o êxito de One Hot Minute de 1996, antes o único disco sem o guitarrista original, afastado na época por problemas com drogas. Sem as contribuições luxosas do antigo guitarrista, dessa vez afastado por vontade própria, o vazio deixado é notório e se reflete em quase todo o album, na qualidade das composições, vocais e mais do que tudo, nas guitarras econômicas, mas criativas, que ajudaram a caracterizar o estilo da banda.


CANSEI DE SER SEXY - LA LIBERACION

Eu não curtia muito essa banda brasileira que hoje faz mais sucesso no exterior que no próprio Brasil. La Liberacion tratou de mudar minha opinião a respeito dessa galera. Em parte o que eu notei foi um CSS mais evoluído - óbvio - , mas um pouco mais estruturado no que se refere à arquitetura musical.

Ouça na íntegra La Liberacion.

quarta-feira, setembro 14, 2011

JOHN LENNON: POR TRÁS DAS LETRAS


Às vezes um título não é "só um título", mas uma referência ou uma citação a algum assunto de fora do contexto. Com John Lennon - pelo menos no seu período Beatles - assuntos aparentemente desinteressantes e fatos íntimos de sua vida cotidiana ganhavam forma e outros sentidos nas letras de suas canções, como as estórias já conhecidas de Lucy In The Sky... ou Strawberry Fields Forever.

Inspirado nas fotos de meu amigo Michel Macedo em Liverpool (as quais morri de inveja), selecionei algumas boas , e menos citadas.


COME TOGETHER

Inicialmente foi escrita por John Lennon para a campanha do “guru californiano” Timothy Leary ao governo da Califórnia no anos 60. Come Together, inspirada no bordão recorrente na campanha de Timothy, acabou sendo rejeitada pelo próprio. Só tempos depois John usaria no álbum Abbey Road sob uma linha de baixo criada por Paul.

DEAR PRUDENCE

O retiro na Índia em 1968 acabou servindo mais de inspiração pra balaios de composições do que para outra coisa. O White Album trouxe várias dessas canções, entre elas Dear Prudence, música singela inspirada na jovem Prudence Farrow – irmã da atriz Mia Farrow, que procurava se reabilitar de um período depressivo e passou seus dias na Índia de forma mais reclusa e afastada. Ela se trancava em seu quarto e meditava por horas, de acordo com John.

SEXY SADIE

Segundo John, durante o “Acampamento de Meditação Transcedental”, o guru Maharishi Mahesh Yogi teria tentado forçar relações sexuais com Prudence Farrow, o que causou alvoroço no acampamento e resultou na partida de muitos, assim como todos os Beatles. Segundo John, Perguntado pelo Maharishi por que estavam partindo, John teria respondido: “Se você é tão cósmico, sabe o porquê”.

Inicialmente a letra continha passagens consideradas obscenas, que acabaram sendo retiradas.

Foi uma das faixas do álbum que mais marcaram a tragetória do assassino americano Charles Manson,que tinha um de seus seguidores, Susan Atkins que também atendia pela alcunha de “Sadie Mae Glutz”. De acordo com Manson, as faixas do Álbum Branco continham mensagens sublinares enviadas diretamente a ele.

I AM THE WALRUS

A idéia do Walrus (Morsa) veio do poema The Walrus And The Capenter (A Morsa e o Carpinteiro), parte de Through The Looking Glass (Através Do Espelho) de Lewis Carrol. De acordo com John, numa entrevista à Playboy em 1980., o poema de Lewis comentava sobre os sistemas capitalista e social.

A DAY IN THE LIFE

No documentário The Beatles Anthology, Paul fala sobre John Lennon estar procurando assuntos quaisquer no jornais que inspirassem letras pra alguma canção. Nesse Jornal, o Daly Mail, haviam notícias sobre como uma van teria esbarrado um veículo Lótus, e outra matéria sobre os 4.000 buracos na estrada de Blackburn, e sobre como o volume da material necessário para preenchê-los daria pra encher todo o Alber Royal Hall de Londres.

O filme citado por John sobre o exército inglês que havia ganho a guerra é How I Won The War, estrelado por John no papel principal, meses antes das gravações de Sgt. Pepper’s.

DOCTOR ROBERT

Essa é sobre o Doutor americano Robert Freymann, que abastecia celebridades com drogas.

TOMORROW NEVER KNOWS

Como em A Hard Day’s Night, Tomorrow Never Knows trouxe mais um dos famosos bordões de Ringo em seu título na tentativa de suavisar o clima pesado das letras.

Essa música foi batizada provisóriamente com o nome de “Marco I” pelo grupo no primeiro dia de gravação do album Revolver em 1966, e trás nas letras ácidas passagens do Livro Tibetano Dos Mortos, lido recentemente por John. Marcou o ápice do experimentalismo de estúdio dos Beatles.