sexta-feira, julho 04, 2014

DIETA DE JUNHO

 


Poucos notam, mas houve um época que a indústria cinematográfica ignorava com veemência a idéia de levar personagens das HQ"s para as telas. Hoje pode-se dizer que Brian Singer foi o responsável não só por mudar esse quadro como por mostrar que sim, havia ótimo material disponível e a espera de ser explorado, e sim, era possível adaptar esse material com inteligência e acessibilidade.
14 anos após essa - digamos - "PEQUENA REVOLUÇÃO", Brian volta à franquia mutante com a missão de trazer de volta qualidade e seriedade à série e não só consegue êxito como resolve o imbróglio cronológico e artístico.
Dias De Um Futuro Esquecido é inspirado na precursora história criada por Chris Claremont e John Byrne em 1980 - muitos pensam que essa obra vem depois de O Exterminador do Futuro. Aí você pensa: "De novo um filme sobre viagem no tempo?!", mas aí é que entra a palavra que eu escrevi anteriormente: "PRECURSORA". Antes de O Exterminador e De Volta Para o Futuro e inúmeros outros filmes sobre a temática "tempo", isso já havia sido feito na literatura escrita e gráfica.


Na trama original de 1980, a mente de Kitty Pride voltava do futuro (no caso, uma apocalíptica 2013 dominada e aterrorizada por sentinelas) para a mente de jovem Kitty do presente, no intuito de convencer os X-Men a impedir que Mísitca, em um ato terrorista, assassine o senador Robert Kelly, ato que desencadeará nesse futuro negro.
Enfim, finalmente um filme sóbrio, bem escrito e, principalmente, apaixonante, explorando personagens que merecem seu destaque - como em cenas grandiosas de Magneto, Mística e uma já cult sequência com Pietro Maxinoff (Quicksand ou Mercúrio). Outro ótimo acerto foi descentralizar Wolverine, que já ganhava status de protagonista nos filmes anteriores, e devolver o que X-Men sempre teve de melhor no seu conceito: Charles Xavier x Magneto, o conflito de ideais e suas consequências políticas e sociais.
Verdade seja dita, a Marvel Studios está construindo seu universo no cinema com extrema qualidade. Ao apresentar a sequência de um dos seus personagens mais representativos, O Soldado Invernal consegue representar muito bem o porquê de  o Capitão América ser o centro motor do universo Vingadores.

Como sempre penso: "Não existe personagem ruim, mas mal escritores". 

Como nas melhores histórias do Capitão escritas até hoje, O Soldado Invernal explora as consequências e dilemas quando Steve Rogers  se vê confrontado por seus próprios ideais patrióticos, sua essência. Outra questão interessante é abordar uma narrativa de um herói fora do seu tempo, procurando um novo sentido, uma direção e, paralelamente, se ver sozinho na obrigação de enfrentar seus próprios fantasmas.
Este filme talvez seja, do ponto de vista técnico, o melhor dos estúdios Marvel até hoje - ou pelo menos um dos melhores. Um roteiro dinâmico e linear, e com tantos personagens (alguns muito bem resgatados) sempre é complicado de executar, pelo menos com tamanho êxito. As sequências de ação também são ótimas e até levam o personagem principal a outro nível, nesse sentido.
Enfim, O Soldado Invernal parece indicar um novo padrão para os filmes da Marvel e, porque não, para os demais filmes do gênero.

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