
Às vezes um título não é "só um título", mas uma referência ou uma citação a algum assunto de fora do contexto. Com John Lennon - pelo menos no seu período Beatles - assuntos aparentemente desinteressantes e fatos íntimos de sua vida cotidiana ganhavam forma e outros sentidos nas letras de suas canções, como as estórias já conhecidas de Lucy In The Sky... ou Strawberry Fields Forever.
Inspirado nas fotos de meu amigo Michel Macedo em Liverpool (as quais morri de inveja), selecionei algumas boas , e menos citadas.
COME TOGETHER
Inicialmente foi escrita por John Lennon para a campanha do “guru californiano” Timothy Leary ao governo da Califórnia no anos 60. Come Together, inspirada no bordão recorrente na campanha de Timothy, acabou sendo rejeitada pelo próprio. Só tempos depois John usaria no álbum Abbey Road sob uma linha de baixo criada por Paul.
DEAR PRUDENCE
O retiro na Índia em 1968 acabou servindo mais de inspiração pra balaios de composições do que para outra coisa. O White Album trouxe várias dessas canções, entre elas Dear Prudence, música singela inspirada na jovem Prudence Farrow – irmã da atriz Mia Farrow, que procurava se reabilitar de um período depressivo e passou seus dias na Índia de forma mais reclusa e afastada. Ela se trancava em seu quarto e meditava por horas, de acordo com John.
SEXY SADIE
Segundo John, durante o “Acampamento de Meditação Transcedental”, o guru Maharishi Mahesh Yogi teria tentado forçar relações sexuais com Prudence Farrow, o que causou alvoroço no acampamento e resultou na partida de muitos, assim como todos os Beatles. Segundo John, Perguntado pelo Maharishi por que estavam partindo, John teria respondido: “Se você é tão cósmico, sabe o porquê”.
Inicialmente a letra continha passagens consideradas obscenas, que acabaram sendo retiradas.
Foi uma das faixas do álbum que mais marcaram a tragetória do assassino americano Charles Manson,que tinha um de seus seguidores, Susan Atkins que também atendia pela alcunha de “Sadie Mae Glutz”. De acordo com Manson, as faixas do Álbum Branco continham mensagens sublinares enviadas diretamente a ele.
I AM THE WALRUS
A idéia do Walrus (Morsa) veio do poema The Walrus And The Capenter (A Morsa e o Carpinteiro), parte de Through The Looking Glass (Através Do Espelho) de Lewis Carrol. De acordo com John, numa entrevista à Playboy em 1980., o poema de Lewis comentava sobre os sistemas capitalista e social.
A DAY IN THE LIFE
No documentário The Beatles Anthology, Paul fala sobre John Lennon estar procurando assuntos quaisquer no jornais que inspirassem letras pra alguma canção. Nesse Jornal, o Daly Mail, haviam notícias sobre como uma van teria esbarrado um veículo Lótus, e outra matéria sobre os 4.000 buracos na estrada de Blackburn, e sobre como o volume da material necessário para preenchê-los daria pra encher todo o Alber Royal Hall de Londres.
O filme citado por John sobre o exército inglês que havia ganho a guerra é How I Won The War, estrelado por John no papel principal, meses antes das gravações de Sgt. Pepper’s.
DOCTOR ROBERT
Essa é sobre o Doutor americano Robert Freymann, que abastecia celebridades com drogas.
TOMORROW NEVER KNOWS
Como em A Hard Day’s Night, Tomorrow Never Knows trouxe mais um dos famosos bordões de Ringo em seu título na tentativa de suavisar o clima pesado das letras.
Essa música foi batizada provisóriamente com o nome de “Marco I” pelo grupo no primeiro dia de gravação do album Revolver em 1966, e trás nas letras ácidas passagens do Livro Tibetano Dos Mortos, lido recentemente por John. Marcou o ápice do experimentalismo de estúdio dos Beatles.
Muito interessante...isso só prova a singularidade dos beatles, nada neles é em vão, sempre tem algo para se descobrir e nos encantar, e assim os anos se passam e não nos cansamos deles...a prova é a minha sobrinha de 11 anos que(por influencia) é super apaixonada pelos beatles.
ResponderExcluir