quinta-feira, outubro 23, 2014

NOVA MÚSICA DE NOEL GALLAGHER: IN THE HEAT OF THE MOMENT

Meu povo, agora é sério!! O Noel Gallagher surpreendeu a todos e não só anunciou novo álbum em 2015 como já disponibilizou online a seu próximo single: In The Heat Of The Moment que fará parte do novo álbum, Chasing Yesterday, previsto pra Março de 2015.

sábado, outubro 18, 2014

DIETA DE SETEMBRO


 OS LIVROS DA MAGIA
De Neil Gaiman
Essa HQ foi publicada em 1988 no EUA e em 1992 no Brasil. Os Livros da Magia chegou com uma espécie de expansão da colaboração de Neil Gaiman para o selo Vertigo da DC. Pra quem não sabe, Gaiman foi o criador da famosa e elogiada série Sandman, também da Vertigo
Eu já tinha lido episódios soltos da série mensal, mas só agora consegui ler e começar a seguir a cronologia correta.
Pouca gente conhece esse jovem adolescente (Tim Hunter) no qual esse primeiro arco de histórias mostra sua jornada inicial pelo mundo da magia acompanhado de quatro mentores (Mister Io, Doutor Oculto,Vingador Fantasma e John Constantine). Até hoje essa obra rende discussões sobre um quase certo plágio por parte da também escritora inglesa J. K. Rowling com seu Harry Potter.
Discussões à parte, Gaiman nos introduz nessa jornada junto com o jovem Tim pelo mundo na magia no intuito de apresentar-lhe(nos) esse universo para que o garoto escolha seguir ou não seu dom para a magia. Pessoalmente eu achei essa mini - série apenas legal, gosto mais da série mensal. Mas devo admitir que a fora que Gaiman insere alguns personagens no universo DC comum é muito legal como Zatana e Senhor Destino - personagens que sempre achei mal explorados nas séries DC.

 ASTRONAUTA: MAGNETAR
De Danilo Beiturt
Da série Graphic MSP

Em curso atual, a série Graphic MSP promove um processo de releitura de alguns personagens das HQ's de Maurício de Souza em uma redefinição sobre o olhar de autores brasileiros da geração autoral. Por sinal uma ótima idéia por parte do Maurição, que pode alargar o horizonte de alcance de seus personagens pra um conceito mais artístico e aprofundado, partindo então pra um outro nível.
Dessa vez, falo sobre Astronauta: Magnetar, personagem escolhido por Danilo Beiruth que, com as obras Necronauta e Um Bando de Dois, se tornou um dos nomes em atual ascensão dentro do também crescente cenário brasileiro .
Em Magnetar, Danilo dá ao Astronauta uma profundidade que me assustou no começo - ma de uma forma boa - mas logo me envolvi. A maneira como é mostrada as origens humildes e vida terrestre astronauta - mostradas em flashbacks, são encantadoras. Origens essas sempre em total harmonia com o que acontece na história. O trabalho de arte também é uma lindeza, o Danilo já se encontra numa  fase impressionante, seu traço já é único, o que alguns desenhistas nunca conseguem. O espaço, por sua vez,  já nos propõe um tratamento todo especial ao nos mostrar toda uma fotografia de encher os olhos.
 SIN CITY: A DAMA FATAL
De Robert Rodriguez e Frank Miller
Em 2005 Robert Rodriguez conseguiu agregar Frank Miller (autor da série original) pra surpreender a todos com Sin City, um filme que chocava pela forma "quadrinhos" de ser filmado e pela fidelidade à obra original. A ultra violência, a sexualidade e toda a salada de clichês e gêneros de Miller conseguiram estar presentes na tela e ainda com a mesma sensibilidade das HQ's.
O êxito inesperado do primeiro filme acabou sendo o problema dessa sequência que, na minha opinião, nem devia ter acontecido. 
Nas HQ's de Miller, o prato principal é a arte monocromática e sua relação de troca de sombras e cores, além do impressionismo exagerado dos traços, tudo isso sobre um clima noir que mistura todas as influências de Miller. 
Em A Dama Fatal tudo isso continua presente  com fidelidade igualmente positiva, e é aí que está o problema! O filme nos dá a todo momento a sensação de repetição, a expectativa frustrada do "algo novo". Nos deparamos com o retorno de personagens e a exploração que, no filme, nos parece exagerada com Marvin (Mickey Rourke) aparecendo em cada esquina e cada mesa e uma Nancy (Jessica Alba) sem sal e vulgarizada.
 BANDA DO MAR (2014)
Todo mundo já esperava que um dia sairia algum trabalho conjunto do casal Marcelo Camelo e Mallu Magalhães - acho até que demorou muito, mas eu pelo menos não esperava tanto. Bando do Mar, banda formada por Marcelo, Mallu mais o Fred Ferreira na batera, lançou seu disco de estréia, homônimo, e que, francamente, apesar de não ser nada demais, é bom. 
Banda do Mar traz o compositor Marcelo Camelo num clima "sessão da tarde", mas nunca abrindo mão do seu estilo Los Hermanos de ser, o que acho bem legal, pois seu estilo de escrever não só se tornou marca como ajudou sua banda a renovar toda uma cena nacional do rock. Talentoso como sempre e com sua voz de volta há um nível mais "audível", Marcelo une forças com Fred e Mallu pra mostrar um album tão divertido quanto leve. A banda se mantém compacta durante boa parte do disco, dispensando inclusive o baixo em muitas faixas, mas sempre soando açucarado.
Aí você me pergunta: E Mallu?
Bom Mallu é aquela história: apareceu repentinamente na mídia, e deram uma atenção desnecessária a uma menina que nunca foi isso tudo. Hoje mais madura, mostra como é evidente suas limitações a dividir o brilho com alguém talentoso como Marcelo. Ao ouvir Banda do Mar, fica sempre a sensação de que é um disco solo do Marcelo em que Mallu canta algumas canções, sabe?
Bom, o importante é que Banda do Mar não é aquele álbum fantástico - porque não se propões a ser- mas leve e divertido como boa música pop, com canções na qual você se vê cantando na rua.

sexta-feira, setembro 05, 2014

DIETA DE AGOSTO



JENNY LEWIS – THE VOYAGER (2014)


Em julho saiu  The Voyager, novo álbum da ex-Rilo Kiley (e lindíssima) Jenny Lewis e sucessor do ótimo Acid Tongue (2008).
Depois de um hiato de anos sem lançamentos, Jenny  traz em The Voyager praticamente um diário de reflexões sobre suas experiências amorosas com uma pegada altamente inspirada no pop dos anos 70. Até aí tudo bem, afinal sua antiga banda Rilo Kiley já tinha pintado um fundo a La Fleetwood Mac em Rumours (e até um pouco de Abba). O problema é a sensação de “talento desperdiçado” que tive, e que me deixou com um gosto de decepção. Não me entenda mal, pois certamente eu seja o maior fã que eu conheça da Jenny. Esperei muito por esse álbum, mas em vários momentos de The Voyager, a urgência em contar histórias sobre amores passados soa forçada, sempre variando de tema, ou de história.
Jenny Lewis tem sido, entre as mulheres,  a vida inteligente na música popular americana.Compositora inspiradíssima que vinha se fortalecendo após sua parceria com Jonnathan Rice, que também é seu atual parceiro.
Um crítico chegou a escrever:”... em algum lugar do passado partiram o coração de Jenny...”. De fato esse tom confessionista permeia todo o The Voyager, e é exatamente na música título que encontramos, coincidentemente, o maior momento do álbum. The Voyager nos dá um clima nostálgico fora de série com seus falsetes dinâmicos e libertadores.
Outro problema é a falta de bom material ou seja, boas composições. O que talvez seja consequência do tom saudosista do álbum. Aliás, a nostalgia musical é um dos fortes no álbum. As músicas resgatam timbres e arranjos muito bem executados. Você consegue imaginar essas músicas tocando nas rádio dos anos 70, como no single Just One Of The Guys e She’s Not Me. Outro grande êxito é Love U Forever, outra faixa que sai um pouco do conceito inicial, e até lembra o Rilo Kiley.
 JENNY AND JOHNNY - I'M HAVING FUN NOW (2014)
Quase que simultaneamente ao lançamento de The Voyager, disco solo de Jenny Lewis, eis que ela reaparece com seu primeiro disco em parceria com seu amor Jonathan Rice, o I'm Having Fun Now - e que discaço!!
Após ressuscitar memórias de amores passados em seu disco, Jenny Lewis volta ao tom dançante e "pra cima" que tanto ela viveu nos bons tempos de Rilo Kiley
Como bem ilustra o próprio título e capa do álbum, I'm Having Fun Now vem permeado de um clima ensolarado com música empolgadíssimas e despropositais, sempre trazendo certa nostálgia que, aliás, vem sendo característica recorrente na música de Jenny, como Big Wave, Just Like Zeus e My Pet Snakes.
A sintonia entre Jenny e Johnny são notórias em todo o álbum, com os dois sempre em revezamento e brilhando juntos. 
Em alguns momentos também há tempo pra algumas baladas de ótimo gosto como Switchblade e New Yorker Cartoon.
Fica aquela sensação de que I'm Having Fun Now vai sr daqueles álbuns que vai tocar muito nas minhas playlists, mas também a impressão de um Jonathan Rice presentíssimo e em total sintonia com sua parceira, como se os dois estivessem tocando numa festa e fazendo, mais uma vez, total jus ao titulo do álbum.


 GUARDIÕES DA GALÁXIA (2014)
Quando eu vi os trailers virais de Guardiões da Galáxia a questão que mais passou na minha cabeça foi: Como diabos vão fazer essa trilha sonora fazer sentido em um filme de saga espacial?
Pois é, ingenuidade minha, ou falta de esperança, talvez. A verdade é que esse problema se torna poeira já nas primeiras sequências do filme.
Guardiões da Galáxia é sim, mais um agente de expansão do universo Marvel no cinema, embora não dê  muitas ligações com a trama Vingadores, como tem sido até então - comk excessão de Thanos e o problema das Gemas do Infinito. Mas é aí que está o mérito todo: a Marvel Studios está jogando esse jogo de boa e está tão à vontade que decidiu ampliar seus horizontes, abrir diálogos com novos públicos. È a versatilidade, meu amigo!
Enquanto a rival DC se enrola e burocratiza toda tentativa de adaptar, a Marvel vai no sapatinho, na simplicidade.
Os Guardiões são personagens, apesar de serem antigos, do quinto escalão da editora e universo Marvel. Daí a estranheza de quem nunca ouviu falar. Mais um obstáculo facilmente reduzido no filme.
Um dos filmes mais divertidos do ano, certamente.



sexta-feira, julho 18, 2014

MELHORES VÍDEOS (TROQUEI DE "CLIPES" PARA "VÍDEOS")

KT TUNSTALL: I WANT YOU BACK (JACKSON 5 LIVE C0VER)

GARBAGE: PUSHIT IT


WEEZER: BUDDY HOLY

VEM AÍ INTERPOL: ELPINTOR

Em setembro sai o novíssimo álbum do Interpol, o Elpintor (achei estranho ser tudo junto), primeiro trabalho sem o baixista Sam Fogorino. Enquanto não sai, eles liberaram o primeiro single que, por enquanto, achei só OK. Senti falta de uma maior elaboração no arranjo. Talvez seja a falta do Sam, mas prefiro esperar o álbum pra melhor analisar.

MAIS JENNY LEWIS


segunda-feira, julho 07, 2014

VEM AÍ...JENNY LEWIS: THE VOYAGER

Nunca escondi de ninguém que sou "tiete" de Jenny Lewis, há muito tempo acompanho seu trabalho.
Pois é, no final de Julho sai The Voyager, novo album de Jenny.
Enquanto não chega 29 de Julho, segue o primeiro single divulgado de forma oficial: Just One Of The Guys.

MELHORES HQ'S


X-MEN: DIAS DO FUTURO DE UM FUTURO ESQUECIDO (DAYS OF THE FUTURE PAST)
(1980)
O conceito de viagem no tempo começou a ser romantizado no século 19 - para muitos, pela primeira vez, em A Máquina Do Tempo, de H. G. Wells
Mas no século 20 - mais precisamente nos anos 80 - o tema começou a ser adaptado com maior frequência no cinema  e segue revisitado vez ou outra até hoje.
Bom, ao ler esta a HQ hoje ou até em ver o filme (o livro foi recentemente adaptado), você pode torcer o nariz e pensar: "Nossa, novamente um filme sobre viagem no tempo?"
Te aviso então, leitor, que antes de De Volta Para o Futuro ou O Exterminador do Futuro (1984), o conceito "voltaaopassadoparasalvarofuturo" já havia sido explorado na série X-Men.
De 1980, Dias De Um Futuro Esquecido (Days Of The Future Past) foi publicada nas edições 141 e 142 de Uncanny X-Men nos Estados Unidos. Neste arco o escritor Chris Claremont e o ilustrador John Byrne apresentaram um futuro caótico (o ano era 2013) onde os mutantes eram exterminados e o mundo era controlado pelos sentinelas (robôs exterminadores de mutantes, conceito apresentado pela primeira vez ainda nos anos 60 por Stan Lee). Na trama os mutantes rebeldes enviavam a mente de Kitty Pride ao corpo da jovem Kitty do presente, pra convencer os X-Men a impedirem o assassinado do senador Robert Kelly e, assim, impedirem os eventos causadores do futuro negro.
No final dos anos 70, Claremont e Byrne revolucionaram as revistas regulares de heróis inserindo conceitos inovadores narrativos e gráficos. Dias De Um Futuro... foi um sucesso na época e está entre as maiores obras da história da editora Marvel, citada até hoje como referência do setor.

sexta-feira, julho 04, 2014

DIETA DE JUNHO

 


Poucos notam, mas houve um época que a indústria cinematográfica ignorava com veemência a idéia de levar personagens das HQ"s para as telas. Hoje pode-se dizer que Brian Singer foi o responsável não só por mudar esse quadro como por mostrar que sim, havia ótimo material disponível e a espera de ser explorado, e sim, era possível adaptar esse material com inteligência e acessibilidade.
14 anos após essa - digamos - "PEQUENA REVOLUÇÃO", Brian volta à franquia mutante com a missão de trazer de volta qualidade e seriedade à série e não só consegue êxito como resolve o imbróglio cronológico e artístico.
Dias De Um Futuro Esquecido é inspirado na precursora história criada por Chris Claremont e John Byrne em 1980 - muitos pensam que essa obra vem depois de O Exterminador do Futuro. Aí você pensa: "De novo um filme sobre viagem no tempo?!", mas aí é que entra a palavra que eu escrevi anteriormente: "PRECURSORA". Antes de O Exterminador e De Volta Para o Futuro e inúmeros outros filmes sobre a temática "tempo", isso já havia sido feito na literatura escrita e gráfica.


Na trama original de 1980, a mente de Kitty Pride voltava do futuro (no caso, uma apocalíptica 2013 dominada e aterrorizada por sentinelas) para a mente de jovem Kitty do presente, no intuito de convencer os X-Men a impedir que Mísitca, em um ato terrorista, assassine o senador Robert Kelly, ato que desencadeará nesse futuro negro.
Enfim, finalmente um filme sóbrio, bem escrito e, principalmente, apaixonante, explorando personagens que merecem seu destaque - como em cenas grandiosas de Magneto, Mística e uma já cult sequência com Pietro Maxinoff (Quicksand ou Mercúrio). Outro ótimo acerto foi descentralizar Wolverine, que já ganhava status de protagonista nos filmes anteriores, e devolver o que X-Men sempre teve de melhor no seu conceito: Charles Xavier x Magneto, o conflito de ideais e suas consequências políticas e sociais.
Verdade seja dita, a Marvel Studios está construindo seu universo no cinema com extrema qualidade. Ao apresentar a sequência de um dos seus personagens mais representativos, O Soldado Invernal consegue representar muito bem o porquê de  o Capitão América ser o centro motor do universo Vingadores.

Como sempre penso: "Não existe personagem ruim, mas mal escritores". 

Como nas melhores histórias do Capitão escritas até hoje, O Soldado Invernal explora as consequências e dilemas quando Steve Rogers  se vê confrontado por seus próprios ideais patrióticos, sua essência. Outra questão interessante é abordar uma narrativa de um herói fora do seu tempo, procurando um novo sentido, uma direção e, paralelamente, se ver sozinho na obrigação de enfrentar seus próprios fantasmas.
Este filme talvez seja, do ponto de vista técnico, o melhor dos estúdios Marvel até hoje - ou pelo menos um dos melhores. Um roteiro dinâmico e linear, e com tantos personagens (alguns muito bem resgatados) sempre é complicado de executar, pelo menos com tamanho êxito. As sequências de ação também são ótimas e até levam o personagem principal a outro nível, nesse sentido.
Enfim, O Soldado Invernal parece indicar um novo padrão para os filmes da Marvel e, porque não, para os demais filmes do gênero.

domingo, abril 06, 2014

DA SÉRIE "MELHORES VIDEO CLIPES"


 TRAVIS - DRIFTWOOD


METALLICA - TURN THE PAGE (BOB SEGER COVER)
BLUR - COFFEE & TV

sexta-feira, abril 04, 2014

DA SÉRIE "MELHORES HQ'S"


SURFISTA PRATEADO: PARÁBOLA
De Stan Lee e Moebius
Em 1988 a Marvel Comics lançou Silver Surfer: Parable, cultuada Graphic Novel em duas partes originada de uma parceria entre duas lendas dos quadrinhos: Stan Lee (roteiro e argumento) e Moebius (arte).
Stan Lee já era conhecido pela sua obra e contribuições para a grande Marvel Comics. Já o francês  Moebius (pseudônimo de Jean Giraud) só ficou mais conhecido mundo afora com essa obra - antes apenas era conhecido no cenário alternativo com obras como Tenente Blueberry e Arzach.
Parábola nasceu de um encontro entre Stan e Moebius numa Comic-Con em San Diego e tiveram a idéia de criar algo em conjunto. 
Parábola conta uma terceira vinda do faminto Galactus que, ao confrontar mais uma vez o Surfista Prateado é mais uma vez derrotado. Esse episódio acaba transformando Norin Radd em um herói celebrado em todo o mundo. Essa premissa acabou dando a Stan Lee a oportunidade de explorar as relações entre o homem e seus ídolos, sejam eles místicos, religiosos etc.
Moebius, famoso pelas suas visões futuristas em ambientação e design, também acaba dando um brilho único na estória de Stan.

20 ANOS SEM KURT

Em 4 de maio de 1994, Kurt Donald Cobain abandonou esse plano de existência. Na verdade - do ponto de vista musical - ele partiu tão violentamente quanto nasceu. 
Seu corpo foi encontrado em 8 de maio de 1994 em sua mansão em Washington. Kurt havia se suicidado e deixado uma carta:
" Para Boddah
Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender.
Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afetava do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, deliciar com o amor e adoração da multidão – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo.
O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança.
Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso suportar a ideia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei.
Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos¹. Paz, Amor, Empatia.
Kurt Cobain
Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser bem mais feliz sem mim.
EU TE AMO, EU TE AMO! "

¹ - Conforme o texto original "it's better to burn out than to fade away", é um trecho retirado da música Hey Hey, My My (Into the Black), de Neil Young.
 
Poucas vezes o cenário musical foi tão "violentamente" abalado quanto no estouro mundial de Nevermind (1991) que, ao contrário do que muitos pensavam, não era o álbum de estreia da banda. Nevermind abriu um rombo no preciosismo da indústria pop que ecoa até hoje, era o underground encontrando o mainstrean pra nunca mais perdê-lo.
A ascensão do Nirvana recolocou o Rock na programação popular e abriu caminho pra centenas de bandas e repôs Seattle no mapa do rock.
Não por acaso, Kurt - de origem humilde e grau educacional baixo - trouxe honestidade e alma em suas canções. Suas música eram gritos de protesto e , por que não, agonia do "homem comum" que não entende ou se encaixa no mundo real. 

Kurt Cobain, uma alma atormentada e artista incompreendido.
Sim, acima de qualquer estereótipo, o HOMEM COMUM.