sexta-feira, setembro 28, 2012

DIETA DE SETEMBRO
















OF MONSTERS AND MEN - MY HEAD IS AN ANIMAL

Até agora, a melhor surpresa do ano. Incrível como as novas boas bandas não emergem mais apenas de um ou dois países, mas de lugares antes improváveis. Neste caso a Islândia trás uma revelação que vem encantando à ponto de serem chamados de "O Novo Arcade Fire". Comparações à parte, Of Monsters And Men até tem, e muita, qualidade, mas evereda pela sensibilidade do Indie e do Folk (mistura cada vez mais em evidência). Dois vocalistas com rara conexão entre suas vozes, arranjos arrojados e a contínua preocupação em não se repetir, o que deixa o album bem dinâmico.
















MUMFORD AND SONS - SIGH NO MORE
Já de novo album, Babel,  lançado agora no último dia 25, só agora consegui, por sugestão de um amigo,  ouvir o Sigh No More de 2009 e, de forma atrasada, estou apaixonado pelo som deste quarteto. Este indie folk inglês não tem lugar pra bateria ou peso, tudo é construído de forma a privilegiar as melodias e a conexão entre os músicos. Pela qualidade deste album, provavelmente Babel não decepcionará.

















TALKING HEADS - LITTLE CREATURES

Ao mexer na discografia dos Heads, acabei me deparando com a qualidade deste que é um dos últimos dos trabalhos de David Byrne & Cia. And She Was, The Lady Don't Mind, Television Man e Road To Nowhere são os grandes destaques. Diferente de discos anteriores, é balançado, mas também mais lento, começando a aparecer outras influências, como as percussões e harmonias.

quinta-feira, maio 03, 2012

DIETA DE ABRIL


WILCO – THE WHOLE LOVE
Há muito tempo não via uma sequência inicial tão arrasadora em um disco de rock. Art Of Almost e I Might fazem todo o resto valer a pena. O Wilco nunca decepciona mesmo.










GAME OF THRONES (TEMPORADA 1)
Uma nova maneira de se encarar um épico. Game Of Thrones leva a produção de séries de TV americanas a um novo nível. Chega a ser grandioso o critério de direção de fotografia, figurino e arte. Grandes diálogos e atores à altura de uma grande obra. Não li os livros mas acredito que os fãs devem estar mais que satisfeitos.






THE SHINS – PORT OF MORROW
O novo álbum de” James Mercer e Banda” (temos uma nova formação agora) parece já render duas grandes músicas no ano – Simple Song e Bait And Switch. Mas no mais não empolga tanto. O James  é um compositor em ascensão, mas deve ter gastado seu bom material no ainda recente Broken Bells .





VINGADORES VERSUS X-MEN
Apesar das grandes expectativas, o grande evento Marvel do ano não parece ter o critério criativo merecido. O quebra pau quase que urgente e a contradição no desenvolvimento da trama e dos dilemas dos personagens principais beira à mediocridade. Sem falar nos duelos com vencedores improváveis e óbvios.





KICK - ASS 2
O segundo volume de Kick - Ass 2 decepciona. Mark Millar não consegue dar sequência ao conceito interessantíssimo proposto anteriormente. A pancadaria rola solta demasiadamente, um verdadeiro exagero. Esquecendo assim de focar também uma trama envolvente. Até o traço de Romita Jr. deixa a desejar (o que é raro), refletindo uma possível pressa ou desatenção no contexto geral.

terça-feira, abril 24, 2012

TOP TEN - OS 10 DISCOS MAIS INFLUENTES DOS ANOS 90

Só hoje em dia os anos 90 fazem sentido, musicalmente falando. O que de perto parecia uma época de revivals e dava cada vez mais sinais de fraqueza na música popular, hoje se revela uma década onde esta mesma música foi redefinida.
Digo redefinida quando, na verdade, me refiro a metamorfose que a indústria, artistas e público sofre até hoje com novas formas de comércio, composição e atitude, processo este que começou nos, agora, distantes anos 90.
Separei neste Top, os dez albuns mais influentes nessa época (na minha opnião.)


1. NIRVANA - NEVERMIND
Esse não devia nem contar (pode soar repetitivo), mas também não dá pra não citar. Todo mundo ouviu, se inpirou. e voltou / começou a ouvir rock.



2. BLUR - PARKLIFE
De repente o Indie Rock explode pra virar "invasão britânica" até se tornar Brit Pop.



3. DEPECHE MODE - VIOLATOR
Na segunda metade dessa década, toda banda que se aventurava em influências eletrônicas no pop bebia aqui.



4. RAGE AGAINST THE MACHINE
Trouxe peso, sofisticação e política de volta, tudo junto.



5. RADIOHEAD - OK COMPUTER
Talvez a fórmula mais copiada.




6. CHEMICAL BROTHERS - DIG YOUR OWN HOLE
Levou todos os que torciam o nariz às pistas. Electronic com corpo e melodia.



7. OASIS - WHAT'S THE STORY.... MORNING GLORY
Reformulou a música pop britânica e trouxe de volta aos grandes cenários.



8. BECK - ODELAY
Colagens, samples e revival pop. Esses três elementos fizeram  Beck Hansen pôr de cabeça pra baixo
o cenário da época.



9. BELLE & SEBASTIAN - IF YOU'RE FEELING SINISTER
Trouxe um revival delicioso do pop 60 e 70 e encantou toda a crítica da época.




10.NIRVANA - UNPLUGGED IN NEW YORK
A tentativa de Kurt Cobain de buscar novos horizontes de sua música deu tão certo que acabou criando moda no albuns acusticos.

quinta-feira, abril 19, 2012

GOTYE - SOMEBODY THAT I USED TO KNOW


Se existisse um grammy para música mais tocada em seriados de televisão, o belga Gotye seria provável vencedor. Somebody Tha I Used To Know é a música do momento. Só esse mês tocou em três programas da TV americana, incluindo uma performance em Glee.
Não é pra menos, Somebody é uma daquelas músicas que batem no ouvido e se alastram como um vírus causando dependência, e grande.
Sua levada arrastada chega a ter um "Q" de latino e sua letra amarga de amor é de fácil identificação. O clipe é tão belo quanto a música.


Somebody That I Used To Know (feat. Kimbra) Gotye
Now and then I think of when we were together
Like when you said you felt so happy you could die
Told myself that you were right for me
But felt so lonely in your company
But that was love and it's an ache I still remember

You can get addicted to a certain kind of sadness
Like resignation to the end, always the end
So when we found that we could not make sense
Well you said that we would still be friends
But I'll admit that I was glad that it was over

But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened
And that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger
And that feels so rough

No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records
And then change your number
I guess that I don't need that though
Now you're just somebody that I used to know

Now you're just somebody that I used to know
Now you're just somebody that I used to know

Now and then I think of all the times you screwed me over
But had me believing it was always something that I'd done

And I don't wanna live that way
Reading into every word you say
You said that you could let it go
And I wouldn't catch you hung up
On somebody that you used to know...

But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened
And that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger
And that feels so rough

No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records
And then change your number
I guess that I don't need that though
Now you're just somebody that I used to know

Somebody...
I used to know
Somebody...
(Now you're just somebody that I used to know)
Somebody...
I used to know
Somebody...
(Now you're just somebody that I used to know)

I used to know
That I used to know
I used to know
Somebody


sexta-feira, abril 13, 2012

Gossip - Perfect World, novo single

Garbage - Disco novo em Maio


Após 7 anos em hiato, o Garbage vai lançar disco novo intitulado Not Your Kind Of People. Pra quem não lembra, o Garbage é banda formada por Buth Vig (produtor do Nevermind do Nirvana) e Shirley Manson - que andou aventurando uma carreira de atriz.
O Garbage apareceu na segunda metade dos anos 90 com um alternative rock com ótimas texturas eletrônicas e referências pop, punk rock e glam rock. Extourou com o ótimo Version 2.0 em 1998 que emplacou hits à torto e à direita.

O primeiro single do novo album é Blood For Poppies, e tem um clipe repleto de referências de cinema clássico e sul realista:

segunda-feira, março 26, 2012

TOP TEN - THE SHINS (MELHORES MÚSICAS)




TOP TEN – THE SHINS

Uma das bandas mais criativas do cenário Indie Rock americano dos anos 2000, The Shins, está de volta com Port Of Morrow, lançado agora em março. Novamente sob o comando de James Mercer , os Shins mal voltaram e já são responsáveis por um single que, provavelmente, será uma dos melhoes do ano, Simple Song.

Vou aproveitar o lançamento de Port Of Morrow e publicar meu primeiro Top Ten, dessa vez sobre os Shins. As 10 melhores músicas:

1. AUSTRALIA

Traz um clima contagiantíssimo loco no início do clássico álbum Wincing The Night Away. Música que define bem a proposta da banda.

2. SIMPLE SONG

Com letra pessoal, provavelmente uma homenagem a quem eu ainda não descobri. Dinâmica e emocionante.

3. TURN ON ME

Possível maior sucesso da banda, mas também uma balada tocante .

4. PHANTOM LIMB

Descobri os Shins com essa música, ouvi na radio e nunca mais parei. É viciante.

5. SAINT SIMON

Tem um quê interessante de psicodelia anos 60.

6. NEW SLANG

7. GIRL SAVIOR

8. BAIT AND THE SWITCH

9. BLACK WAVE

10. SPLIT NEEDLES


quinta-feira, março 08, 2012

Avengers Vs. X-Men - Vem aí o grande confronto.

Avengers Vs. X-Men é o grande evento e aposta da Marvel pra 2012, e promete também ser a grande sensação dos últimos tempos. Além da trama polêmica envolvendo retorno da entidade Fênix (sim, é verdade), a "aparente" ameaça de extinção da raça mutante e, por fim, o confronto das duas equipes mais importantes e maiores referências da Marvel. O sonho de todo fã de quadrinhos quando mais jovem sempre foi ver esse confronto acontecer, e agora se tornará verdade, e de forma apoteótica.
Nos EUA, os pedidos na editora já ultrapassam o reboot da adversária DC - até então a grande sensação de vendas por lá -, e isso é só o começo.
Da minha parte, o entusiasmo me toma a todo momento. Sempre quis ver este duelo!

The Shins - Clipe de Bait And Switch

The Shins - Clipe de Simple Song

sexta-feira, março 02, 2012

DIETA DE FEVEREIRO

SAMURAI JACK – 1ª TEMPORADA

Difícil imaginar que uma série com um conceito despretensioso, na verdade guarda umtesouro da animação moderna. Dendy Tartakovsky simplesmente conseguiu condensar toda a poética, discurso e fotografia – sim, a fotografia é show – primorosa e batizou de Samurai jack. Durante sua jornada no futuro distante, Jack, um autentico samurai, tropeça - entre lendas e duelos - em homenagens a todas as culturas da ficção e geografia, de guerreiros bárbaros a alienígenas caçadores de recompensa.


MONEYBALL

Apesar do bom trabalho de Brad Pitt – já recorrente -, Moneyball não vai além de outro filme sobre a indústria de esporte com um enredo exaltando o “espírito americano” de ser. Apesar de alguns bons momentos, Moneyball é bastante carregado de sensações de Deja Vu nos momentos cruciais do roteiro. Não empolga muito.








ASTERIOS POLYP

Asterios Polyp trouxe de volta aos holofotes o grande gênio David Mazzuchelli e promete ser um dos expoentes do atual processo de metamorfose a qual o gênero das histórias em quadrinhos se encontra exposto. Além dos vários prêmios, essa obra - prima já carrega o status de clássico e enche os olhos de quem ama a nona arte.

Há muito tempo sumido, David reapareceu com essa pérola dos quadrinhos. Propondo novos conceitos visuais e narrativos a cada página, a reinvenção de seu próprio traço e diálogos fascinantes.





THE SHINS – SIMPLE SONG

Aperitivo pra o primeiro álbum após quase cinco anos que, por sinal, sai agora em Março. Simple Song, primeiro single de Port Of Morrow - posterior a Wincing The Night Away de 2007 - desempenha bem o papel e dá um gosto de ansiedade na boca. Promete.



THE BLACK KEYS – ATTACK & RELEASE

Este álbum de 2008 anda frequentando assiduamente minhas playlists. Mais uma das bandas seguindo o formato “guitarra – bateria”, fórmula esta muito bem sucedida com o White Stripes e cada vez mais ganha mais adeptos. Entretanto, The Black Keys traz influências que o diferem das demais. Dinâmica e sempre com um pé nos 70”s.


segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Pato Fu - Televisão de Cachorro

Definitivamente Televisão De Cachorro de 1998 faz jus à teoria dos álbuns que só melhoram com o tempo.

Depois de sacudir a crítica musical brasileira ao trazer de volta experimentalismo, arte e bom humor ao rock nacional, a banda mineira internacionalizou suas influências em Televisão.

A influência do rock e pop britânico sublinha muitas das 13 faixas, e rende algumas releituras bem sucedidas como A Necrofilia da Arte - de Troll e Gil e a contagiante Tempestade, dos brasilienses Maskavo – na época ainda Maskavo Roots – essa uma das melhores do álbum, e que traz a citação de The Cure no riff principal.

A influência Mutantes, ainda presente (Boa Noite e Licitação), agora dá espaços a outros horizontes musicais, onde a guitarra de John - agora mais eficiente – brilha como nunca. Nunca Diga dos conterrâneos do Graforréia Xilarmônica e Eu Sei de Renato Russo fecham as regravações também acentuando o equilíbrio das faixas que alternam canções mais urgentes e também um clima mais leve.

Mas as faixas autorais desempenharam um papel fundamental ao levar a evolução da dupla Fernanda Takai e John Ulhoa ao primeiro nível cenário nacional , além do sucesso das rádios e tv, como em Antes Que Seja Tarde e Canção Pra Você Viver Mais que soam como evolução de temas propostos em Sobre O Tempo de Gol De Quem? de 1995.

Televisão de Cachorro dá o lugar de grande banda do país ao Pato Fu, sucesso que se sacramentaria no seu sucessor, o Isopor, de 1999.

quarta-feira, janeiro 04, 2012

ELE NÃO VAI PEGAR NADA

Morrissey cantava nos anos 80: “Enforquem esse DJ, porque a música que ele está tocando não fala nada sobre minha vida”.

Não sai da programação de qualquer emissora de TV e radio – especialmente a Globo. Não cala, mais, se alastra como vírus em toda boca das ruas, bairros, cidades e país. Como uma espécie de vírus fatal ameaça se alastrar além das fronteiras à fora e ganhar o mundo.

Pra minha tristeza fui surpreendido ao ver a capa da revista Época. Logo me tomei por uma risada típica daquelas que a gente dá sempre que vê esse tipo de absurdo, seguido pela triste constatação na manchete de Capa: “Com o sucesso “Ai se eu te pego”, o cantor paranaense Michel Teló traduz os valores da cultura popular para os brasileiros de todas as classes.” Constatação esta tão mórbida quanto óbvia.

Um país tomado por um limbo artístico e cultural que já ganha décadas de idade, e só se renova, já dá sinais cada vez mais visíveis de estar culturalmente onde realmente merece.

Este episódio não é nem de perto novo. A cada ano os brasileiros em geral – pelo menos a imensa maioria – dão sinais claros de imensa falta de senso crítico, seja ele cultural, artístico ou moral. Ou você acha que muitas pessoas pelo menos param pra pensar: “ Que merda é essa que eu tô dançando?” – e muitos que acabam realizando logo pensam: “Dane-se, eu tô aqui é pra dançar e pegar muito, não vim pra escutar música boa”. Ou seja, ou não encontram capacidade analítica de perceber, lembrar ou considerar a qualidade da música que estão consumindo ou apenas não estão nem aí pra isso.

Não pensem meus amigos, que os únicos responsáveis são as redes de mídia radialista e televisiva porque na verdade o povo – quando quero dizer a maioria – é quem tem imensa culpa nesta história. Não vejo ninguém ser enganado ou lesado com isso tudo, quando o que vejo é ele se deliciar como quem abraça um prato de comida.

Muitos que hoje tem a idade da Axé Music, terão netos dançando músicas como essa – ou piores - nos seus aniversários de 5 anos de idade com os coleguinhas de escola. E poderão ser seus filhos, meu amigo, os próximos.

O alerta de colapso está ligado já há muito tempo, e me faz questionar se ainda me sinto confortável ou orgulhoso de morar neste país, onde poucos se lembram o que se comemora no 7 de setembro e aprendem tão rápido letras de pérolas dessa música que temos hoje.

Os brasileiros matam seus heróis, seja mergulhando no mar do esquecimento, e eles morrem , cansados de tanto resistir.